SUBMISSÃO E OPRESSÃO FEMININA EM “CADEIRA DE BALANÇO” DE OSMAN LINS
Agenor Francisco de Carvalho | 54-66
RESUMO: Este estudo bibliográfico intenciona revelar os elementos narrativos utilizados pelo escritor brasileiro Osman Lins na tessitura do espaço psicológico de submissão e opressão feminina em “Cadeira de balanço” da obra Os gestos. O conto narra a rotina da personagem Júlia Mariana, diante das tarefas domésticas, as quais representam um desafio à sua condição de gestante. As nuances criadas por Osman Lins representam uma vigília permanente da figura masculina – Augusto (marido) sobre a personagem. O sofrimento, a solidão e o silêncio vividos por ela, apenas são aliviados quando ousa empoderar-se e sentar no objeto representativo de autoridade do marido – a cadeira de balanço. Ali ela relaxa, imagina, ousa, sente-se. Naquele pequeno pedaço de tempo a personagem é capaz de esquecer-se da sua condição de submissão. Com base nos estudos de Agranti (1999), Bachelard (1978), Brandão (2013), Perrot (2005), Dalcastagnè (2015), Lins (1976), dentre outros, esta análise traz alguns apontamentos sobre o empoderamento feminino e revela a condição de submissão e opressão indicada por Osman Lins à sua personagem feminina. O espaço psicológico narrado é pontuado de objetos que vigiam permanentemente a personagem, impondo a resignação e aceitação de sua condição por ter nascido mulher, numa sociedade latino-americana de cultura machista.
PALAVRAS-CHAVE: Cadeira de balanço, empoderamento feminino; espaço psicológico; submissão.
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